quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Conselho Municipal de Juventude divulga nota sobre eventos culturais e contra criminalização da juventude


Nota Pública do Conselho Municipal de Juventude de Vitória – COMJUV

18 de setembro de 2012, Vitória, ES.

Devido às repercussões da Festa ocorrida na Universidade Federal do Espírito Santo na sexta-
feira do dia sete de setembro de 2012, os conselheiros do Conselho Municipal de Juventude de
Vitória (COMJUV), presentes à reunião ordinária do dia 13 de setembro de 2012, decidiram por
rechaçar toda e qualquer criminalização das expressões culturais dos jovens.

O inaceitável fato de ter ocorrido um estupro dentro do Campus de Goiabeiras não pode permitir
que impressões preconceituosas e estigmatizantes sejam colocadas sobre a juventude, em
especial por parte da mídia sensacionalista e seus empresários que em diversas reportagens
acabam por criminalizar os jovens frequentadores das festas na Universidade e em tantos outros
bairros e periferias deste nosso município. Em hipótese alguma a festa foi a responsável pelo
estupro. Mas isso a mídia parece querer evocar a todo momento, distorcendo fatos, omitindo
informações e banalizando o jornalismo.

De acordo com o Centro Acadêmico de Matemática (CAMAT), até então pouco ouvido por parte
da imprensa, a atividade constava do calendário dos estudantes do citado curso e tem por objetivo
ser um evento de confraternização entre estudantes e a sociedade de um modo geral. Além disso
foi solicitado com 15 (quinze) dias de antecedência à Administração Central da UFES espaço
para a realização da festa, recebendo a confirmação da mesma com 13 dias de antecedência.
Este argumento já demonstra que os alunos tinham autorização para execução da atividade. O
evento possuía, além da segurança da UFES, seguranças do próprio evento. Cerca de 1700 (mil e
setecentos) jovens alunos da UFES e da cidade como um todo estiveram presentes.

O problema portanto é a falta de espaços adequados e uma resolução (um regulamento) para a
realização de eventos de variados portes na Universidade. A UFES precisa se responsabilizar por
garantir condições adequadas para eventos que expressam o sujeito social na juventude.

Sem estrutura, aliada a má iluminação no Campus, todos estão muito vulneráveis. Daí qualquer
vivência cultural e acadêmica passa a ser uma experiência com grau de “periculosidade”.
Entretanto isso não é culpa do corpo discente e tal constatação precisa ficar bem explícita para
todos. Porém, nos jornais este não é o argumento que aparece.

Não é a proibição de eventos organizados pela comunidade acadêmica que irá resolver o
verdadeiro problema sobre as festas na UFES. Não é o fechamento de bailes funk em um
determinado bairro da cidade que irá reduzir a quantidade de crimes na região metropolitana. Tais
medidas, tão badaladas pela grande mídia, não tem capacidade alguma de reduzir a violência
física e simbólica a que os jovens estão submetidos diuturnamente nesta sociedade. Acabar com
os ambientes culturais não inaugura um novo tempo na segurança pública. Muito pelo contrário.
E isto precisa ficar claro para todo cidadão e para os empresários das comunicações que insistem
em teses falidas e incipientes.

Neste sentido o COMJUV se solidariza aos estudantes do curso de Matemática, aos diretores
do CAMAT e todos os outros DA's e CA's das Universidades e Faculdades desta cidade. Eles
merecem o respeito e o incentivo à sua organização por parte da sociedade, dos órgãos de
imprensa, da administração da UFES e do poder público.

Conselho Municipal de Juventude (COMJUV)

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